PRF utiliza "espião" infiltrado
em festa que entrega motoristas alcoolizados
Na madrugada de sábado para domingo, dia 23 de abril de 2012,
uma equipe de TV de Mato Grosso do Sul, acompanhou a PRF em ação na “Operação
Única”. O alvo era os freqüentadores de uma festa já tradicional em Campo
Grande/MS, estando na sua 7ª edição, realizada em uma chácara nos arredores da
cidade, as margens da BR 262. Enquanto a PRF montava a barreira de fiscalização
na rodovia há 4 Km do local do evento, no interior da festa um PRF infiltrado
entre os freqüentadores monitorava toda a diversão, sendo acompanhado de perto
pelo produtor da TV que registrava com o celular as imagens desfocada do
policial espião em ação, entre os jovens freqüentadores da festa, levantando
aqueles que estavam se excedendo no consumo de bebidas alcoólicas. O que se viu
foi muitas pessoas alcoolizadas e, motoristas totalmente embriagados pegando
seus veículos e se dirigindo à rodovia. Por volta das 5 horas da manhã, se deu
o momento mais critico da operação, devido ao aumento do fluxo de pessoas
deixando a festa e retornando à Campo Grande/MS. A preocupação dos policiais
era pelo fato de que ao sair do evento, os condutores pegariam até 10 Km de
rodovia federal até chegarem a cidade, e o objetivo se concentrou em tirar de
circulação os motoristas embriagados, dirigindo. Para isso a blitz contou com a
presença de 20 Policiais Rodoviários Federais e 6 viaturas operacionais. Ao
todo foram abordados 100 motoristas, destes, 30 foram flagrados dirigindo
embriagados, sendo que 26 deles se recusaram a fazer o teste do Etilômetro e os
4 que aceitaram fazerem o teste, acabaram presos em flagrantes e encaminhados à
delegacia de policia civil por estarem com o teor alcoólico acima do permitido,
caracterizando crime de transito. “Eventualmente
eu posso sair dirigindo embriagado, eu não posso é matar ninguém. O problema é
dirigir e matar!” “Eu não vou falar que eu não bebi, mas eu também não sou
obrigado a recolher ‘multa’ contra a minha pessoa.” Essas foram as palavras
de Pedro Gustavo Neves, 28 anos, motorista embriagado que pouco antes de
pegar a rodovia estava perdido no estacionamento, cambaleando de um lado para o
outro e que, disse ao repórter: “Eu me garanto, velho. Daqui até minha
casa eu garanto.” Como se não bastasse, ainda abaixou a calça ao ver um grupo
de meninas, só não contava que seria um dos condutores identificados pelo PRF
infiltrado na festa. Ao se recusar a fazer o teste da alcoolemia (bafômetro)
ele teve a CNH apreendida e recebeu uma multa de R$970,00, teria o carro
liberado apenas se outra pessoa, não alcoolizada, se apresentasse para levar o
veículo embora. “Eu não faço o teste do bafômetro porque eu não posso produzir prova
contra mim mesmo”. “Outro condutor eu arrumo, mas minha CNH não vai ser
recolhida!” Frases ditas por Reinaldo de Souza, 27 anos, outro motorista
que um pouco antes de ser pego dirigindo embriagado na rodovia, estava caído,
desacordado ao lado do carro no estacionamento do evento sendo também identificado
pelo policial espião. “Você quer acabar com minha vida!” disse
o motorista parado pela blitz, o policial respondeu: “Nós estamos aqui para salvar vidas… O que tem de gente se matando aqui
na rodovia devido à bebida… Enquanto você estava na festa brincando,
acordei às 4 horas da manhã, deixei minha família em casa para
vir aqui fazer um trabalho sério para que as pessoas não morram!” Houve
alguns casos em que o motorista era o “amigo da vez”, aquele que sai junto, não
ingere bebida alcoólica para poder voltar dirigindo. Na entrevista, a resposta
foi que fazem isso para evitar problemas com a polícia. A lei que deveria punir
acaba beneficiando o motorista infrator. O Inspetor da Policia Rodoviária
Federal Airton Mote Júnior, disse em uma reportagem televisa que, “a impressão que se tem é que a lei foi feita
para quem dirige sóbrio tão somente, porque a maioria das pessoas
embriagadas dirigindo, se nega a fazer o teste do bafômetro”. Outro
Policial Rodoviário Federal complementou: “Atualmente,
o termo de constatação é preenchido, mas penalmente pela jurisprudência do STJ,
ele não tem validade no campo penal”.
O sucesso da operação realizada em Mato Grosso do Sul no último final de semana, só não foi maior porque as pessoas pegas na blitz começaram a avisar os que ainda
não haviam saído da festa e estes, deixaram o carro no estacionamento, pegaram
táxi ou chamaram amigos e parentes para que pudessem passar pela blitz sem
problemas.
Veja os detalhes da operação da PRF: