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quinta-feira, 31 de março de 2011


BIGODE?  QUE BIGODE????
 


          Br 419, município de Anastácio/MS. O policial aborda um veículo e ao se aproximar percebe que o condutor é do sexo feminino. Como de praxe solicita os documentos e procede a vistoria de rotina no automóvel. De modo cortes e profissional faz uma entrevista com a condutora, que se mostra bastante receptiva a abordagem policial. Como não é encontrada nenhuma irregularidade o policial entrega os documentos à condutora dizendo que a mesma esta liberada para seguir o destino, sendo certo que a senhora ainda permanece por um tempo satisfazendo sua curiosidade em relação ao serviço policial. Passado uma semana, um colega policial da região é procurado por um amigo de uma outra força policial que o indaga a respeito de um “policial bigodudo”, dizendo que este policial havia abordado sua esposa e  segundo reclamações da mesma, teria tentado seduzi-la e que ele pretendia tirar satisfação com o tal bigodudo. Como o marido revoltado e a esposa ofendida não tinham a identificação do policial ficou difícil se chegar ao nome do mesmo e o colega de farda para tentar avisar o policial procurado do perigo iminente, começou a espalhar a historia, esperando que ela chegasse até o interessado. Se alcançou o objetivo não sabemos, mas o certo é que naquela época trabalhavam naquele trecho três  policiais que eram bigodudos convictos e que com a noticia do marido ofendido de uma hora para a outra apareceram sem os vistosos bigodes!
O CASO MEGA SENA
       De todos os casos nos quais participei nestes 15 anos de polícia este é sem duvida o mais surpreendente, tanto pela ação em sim como pelo desfecho. Br 163, município de Jaraguari. Abordo um veículo com placas do estado de Goiás, ocupado por duas pessoas e logo de cara desconfio dos ocupantes, a principio achando se tratar de  tráfico de drogas, algo rotineiro nesta região. Peço ao condutor que desloque o veículo para o pátio do posto, onde será submetido a uma revista pela equipe de serviço e os documentos serão checados. Na checagem nada constou contra os ocupantes e na revista ao veículo nada foi encontrado, a não ser uma anotação do que seria possivelmente uma placa de veículo. Mas os elementos se portam como se estivessem escondendo algo, se mostrando nervosos e inquietos. Os dois são levados para o interior do posto com o objetivo de serem submetidos a  uma revista pessoal, sendo localizado com o passageiro um revolver calibre 38 municiado e com o outro munições e um envelope contendo fotografias. Ao ser indagado sobre as fotos o mesmo diz ser de um parente. Mas como nas fotos onde aparecem um casal e dois homens fica evidenciado o casal, o policial que localizou levanta a possibilidade de crime de pistolagem, onde o casal provavelmente seria o alvo. Peço então para ver as fotos e para minha surpresa a mulher da foto é minha parente! Entro então em contato com a mesma buscando esclarecer os fatos, sendo informado que havia boatos de que a vida de seu marido corria risco em virtude de demandas judiciais envolvendo parentes próximos,mas nada de concreto até então. Indagada sobre qual seria a placa do seu veículo a informação dada coincide com a placa descrita na anotação que fora localizada no veículo vistoriado. Diante destas informações volto a conversar com os miliantes e como o passarinho sabe a hora de abrir o bico, os mesmos relatam que haviam sido contratados para seguirem o casal, mas que a principio não eliminariam ninguém, sendo certo que estiveram hospedados próximos a casa do casal em Campo Grande e que estiveram de campana por lá. Diante dos fatos, os pistoleiros são encaminhados à polícia judiciária, onde fornecem mais dados sobre o caso. Passado alguns meses com o fim das investigações  descobriu-se  que o homem que seria eliminado havia ganho na mega sena e que devido as demandas judiciais, sua morte havia sido encomendada pelos parentes, o que só não aconteceu devido ao serviço que começou numa simples abordagem, ao destino e com certeza a sorte que insiste em andar ao lado do milionário.
PRIMO, POPADENTRO E A ONÇA...

          Esta é da rodovia pantaneira, Br 262 , município de Corumbá. Ao fiscalizar um ônibus os policiais localizam com um dos passageiros, documentos de um caminhão e as respectivas placas e ao fazerem a checagem descobrem que o veículo constava no cadastro de veículos roubados. Convidado há contar o que havia feito com o veículo, o passageiro de livre e espontânea vontade  resolve colaborar com a policia, relatando que havia vendido o veículo no pais vizinho e que ainda havia um outro veículo escondido em um hotel na cidade fronteiriça de Corumbá. Com as informações os policiais resolvem deslocar até a cidade, com o objetivo de recuperarem o outro veículo. O posto da polícia fica a aproximadamente 170 km da cidade e o trajeto corta o Pantanal, sendo que na maioria do trecho o lugar e deserto, com alagados de ambos os lados e muita diversidade de animais silvestres, principalmente jacarés e capivaras. Iniciado o deslocamento, seguem na viatura, quatro policiais e o miliante, agora custodiado pela polícia. Já é madrugada, quando os policiais no caminho resolvem parar a viatura para abordarem um veículo que vem no sentido contrario, próximo a localidade conhecida como Buraco das Piranhas. Todos descem e ficam na espera, quando de repente ouvem um esturro  de onça, próximo a viatura. O pânico pegou geral e foi um desespero para entrar no veículo, já que ninguém queria entrar pelo lado do passageiro,  que havia ficado virado para mata fechada. O miliante gritava desesperado dizendo que não queria virar comida de onça, um dos policiais assume o lugar do motorista, fechando a passagem para o banco dianteiro do passageiro, outro policial abre a porta traseira e mergulha pra dentro, sendo seguido pelos dois restantes, só que o policial “Primo” nos desespero pula no colo do parceiro conhecido como “Popadentro”  e num misto de euforia e pânico fica gritando desesperado, no colo do parceiro. O motorista sai rapidamente do lugar, com todos suando frio, e não se sabe se devido ao terror vivido, o policial Primo continuava no colo do parceiro Popadentro, sendo necessário que pedissem para ele ocupar devidamente seu lugar na viatura. Passado este contratempo, os policiais chegam a cidade e localizam conforme a informação do miliante, o outro veículo roubado, efetuando as respectivas prisões e encaminhamentos ao Dr. Delega de plantão. Quanto aos policiais Primo e Popadentro continuam até hoje vivendo entre tapas e beijos, um misto de amor e ódio.
PRIORIDADE NA PRISÃO!!!!



          Fiscalização de rotina em frente ao posto da polícia em Jaraguari/MS, por volta das 19 horas, o policial manda um caminhão parar. O condutor só para depois de uma certa distância após passar em cima do meio-fio, fato este observado pelo policial. Ao se aproximar para proceder a fiscalização o policial sente cheiro de álcool e percebe que o motorista esta com os sentidos alterados, diante disto, o mesmo e convidado a fazer o teste do bafômetro(já que de acordo com a nossa gloriosa lei, ninguém e obrigado a fazer!!!), ele reluta um pouco e acaba concordando, só que antes avisa que tinha mascado um fumo do bom, e pergunta se este fato nao alteraria o resultado. Com a resposta de que  não influenciaria o teste o mesmo acaba por fazer e como já era esperando o resultado apresentado e de  0,60 mg/l, o que resulta na prisão em flagrante, multa e apreensão da CNH do condutor. A delegacia de polícia fica em Campo Grande, há 45 km do posto policial, e no deslocamento para a delegacia, ao passarem por uma estrada vicinal(famosa cabriteira) os policiais vêem ao longe um veículo e resolvem verificar. Quando entram em alta velocidade na estrada vicinal o  preso, começa a reclamar e solta esta:Prioridade na minha prisão!!! Eu exijo prioridade na minha prisão, vocês não podem sair por ai em perseguição a outros veículos com um preso sob custodia. Primeiro vocês me prendem e depois pegam os outros!!!”  Os policiais prosseguem na perseguição, abordam o veículo e verificam que não há nenhuma irregularidade é apenas mais um morador da região. Chegando a delegacia, os procedimentos são iniciados e quando o preso é apresentado ao Dr. Delega, logo diz: “ Dr. Tenho uma denuncia a fazer, estes policiais, com um preso na viatura, saíram  por ai perseguindo outros veículos, e colocando a vida do preso em risco, não deram prioridade na minha prisão, Dr.” O Dr.  com a boa vontade de quem esta começando o serviço, explica que os policiais não cometeram nenhuma irregularidade e que o cidadão encaminhado apenas teve a oportunidade de vivenciar um pouco da rotina dos POLICIAIS DE ESTRADA.