Pare ou eu atiro!
O ano era 1997, e o fato se deu na BR 262, município de Três Lagoas/MS. Se hoje em dia as condições de trabalho nas corporações policiais já não são as ideais, naquela época a precariedade era gritante: As armas eram de usos coletivos e na maioria dos casos velhos revólveres 38; as viaturas eram na maioria GM/Caravam ano 82 e as velhas e tradicionais GM/Veraneio; os policiais quase nunca eram submetidos a treinamentos, entravam na policia ganhavam uma farda e uma carteira funcional e pronto, já eram “puliça”. Foi neste cenário que se desenrolou uma operação que normalmente chamamos de pente fino, onde a maioria dos veículos são parados e o objetivo vai desde o cumprimento do CTB(Código de Trânsito Brasileiro), a busca de algo ilícito tanto nos veículos quanto nos condutores e passageiros. No meio desta operação ao receber ordens para parar, um condutor parou o veículo antes da barreira e saiu em desabalada carreira mata a dentro, os policiais saíram em perseguição correndo a pé atrás do meliante, mas como o fugitivo apresentava um condicionamento físico bem superior ao dos policiais(lembram da falta de treinamento?), começou a colocar uma distância considerável entre ele e os policiais, em determinado momento da perseguição um dos policiais ao passar por um peão de fazenda que arrumava uma cerca naquele local, não pensou duas vezes e requisitou o cavalo do trabalhador rural alegando prioridade em todos os tipos de transporte quando em serviço(Decreto nº 1655/95), sem titubear o policial que era metido a Durango Kid, subiu no cavalo e saiu a galope com a arma em punho, em uma legitima cena de faroeste, dedão no gatinho do revólver(de novo a falta de treinamento!), gritando para o fugitivo que se ele não parasse iria atirar, como o fugitivo não se intimidou com a ameaça e continuou a fuga, o policial efetuou um disparo com o objetivo de intimidar, mas como tudo que começa errado acaba errado, o disparo devido ao galope e ao despreparo do policial acabou por atingir o próprio cavalo, vindo cavalo e cavaleiro ao solo, numa cena não mais de faroeste, mas de pastelão dos bons . Logo o outro policial que vinha pisando na língua muito atrás, se deparou com aquela cena, cavalo e cavaleiro no chão, e nem sinal mais do condutor fujão, que como dizemos por aqui: Ganhou Goiás!!!!
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